A responsabilidade da gestão empresarial no processo de inclusão

24/10/2020

A produção econômica do Brasil ainda demonstra pouca empatia e responsabilidade social diante da diversidade. No entanto, o assunto já conquistou protagonismo e figura entre as principais preocupações políticas da atualidade. 

Lider PCD conduzindo um Reunião - Responsabilidade Social

As buscas pela palavra “diversidade” no Google, por exemplo, crescem 30% ao ano no país. O diálogo sobre igualdade e inclusão, apesar do despreparo do mercado de trabalho, já está entre as temáticas mais relevantes para o desenvolvimento socioeconômico do século XXI. 

Além disso, a inclusão no ambiente laboral colabora pra a melhora da produtividade empresarial ao sensibilizar o olhar mercadológico e ganhar novos nichos, aprimorar o atendimento ao consumidor, aumentar o potencial competitivo e enriquecer o processo de tomada de decisões. Ou seja, uma ação socialmente responsável também se reverte em um investimento com retornos lucrativos.

Cabe aos gestores empresarias e ao setor de Recursos Humanos a compreensão de que o cenário social, assim como o mercado consumidor, está passando por fortes transformações e que só sobreviverão os negócios capazes de demonstrar e praticar empatia. 

Empatia esta que precisa ser demonstrada para além do simples cumprimento de cotas, no contexto das pessoas com deficiências. 

Mesmo com as transformações no cotidiano social, a inserção significativa de pessoas com deficiência no mercado de trabalho segue obliterada por preconceitos: diversas pesquisas apontam para uma maioria de entrevistados que afirma se sentir prejudicado ou vítima de preconceito durante processos seletivos. 

Em outro estudo, realizado pelo sociólogo brasileiro José Pastore, conclui-se que o Brasil possui uma das maiores populações com deficiência do mundo e, contudo, um dos menores percentuais de participação no ambiente corporativo. 

Apesar da Lei de Cotas ter criado um eficiente mercado para o exercício profissional de pessoas com deficiência, um país com práticas mais inclusivas excederia a estimativa da obrigatoriedade legal e alcançaria números realmente animadores na promoção de oportunidades iguais.

Neste ponto, é importante frisar a necessidade de gestões mais inclusivas dentro das organizações, capazes de criar ambientes em que impera a diversidade.

Os profissionais de Recursos Humanos, por exemplo, exercem um papel fundamental para a inserção de pessoas com deficiência no mercado de trabalho. São eles os responsáveis por desenvolver processos seletivos mais inclusivos e por difundir o conhecimento necessário ao combate dos preconceitos que dificultam a diversidade dentro da organização.

Para driblar as recorrentes discriminações, a falta de conscientização social e organizacional e de informação dos empregadores, faz-se essencial a atuação de profissionais de Recursos Humanos qualificados, possibilitando uma eficiente inserção e adaptação do colaborador com deficiência e uma propagação de informação educativa, que estimule o respeito e a diversidade entre os outros membros da empresa. As barreiras do preconceito podem ser rompidas com  exercícios educativos, treinamentos, sensibilização dos componentes internos, criando uma valiosa cultura de inserção.

Aqui vão algumas dicas:

  1. Garanta acessibilidade e verifique se a estrutura física do ambiente de trabalho supre as limitações da pessoa com deficiência. 

  2. Realize treinamentos e avaliações específicas, adequadas às necessidades do novo contratado.

  3. Promova campanhas de sensibilização, palestras e dinâmicas que contribuam para a convivência organizacional e o respeito à diversidade.

  4. Acompanhe e assessore o processo de inclusão, monitorando a produtividade e realizando feedbacks.

  5. Esteja aberto ao diálogo e estimule este comportamento entre todos os membros da empresa.

    Artigo de Kelli Tavares - Diretora de RH do PCD Online Diversidade e Inclusão - www.PCD.com.br

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Responsabilidade social, inclusão, processo de inclusão de PCD

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