Bancos vão qualificar deficientes
28/07/2008
A Febraban (Federação Brasileira de Bancos), em parceria com a Prefeitura de São Paulo, vai capacitar 529 pessoas portadoras de deficiência, por meio do Programa de Capacitação Profissional e Inclusão de Pessoas com Deficiência no Mercado de Trabalho, lançado no último dia 2. Marcelo de Paula
Do Diário do Grande ABC
Podem participar do programa pessoas com deficiência física e sensorial (auditiva e visual), maiores de 16 anos, que tenham interesse em trabalhar no setor bancário. Será oferecido curso supletivo para que os participantes possam concluir o ensino médio e, após essa fase, começa o processo de qualificação profissional, com teoria ministrada em salas de aula e atividades práticas.
O interessante é que os beneficiados começam o programa de estudos contratados pelas instituições bancárias com salário de R$ 560,37. O projeto conta com a participação de 14 bancos: Alfa, Bic Banco, Bradesco, Citibank, Deutsche Bank, Ibi, Indusval, Itaú, Real, Safra, Santander, Unibanco, Votorantim e VR.
DIFICULDADE - Segundo o diretor de relações institucionais da Febraban, Mário Sérgio Vasconcelos, o programa foi lançado porque há muita dificuldade por parte dos bancos de preencher a lei de cotas, que determina a empresas com 100 ou mais funcionários a contratação de um percentual mínimo de deficientes.
O artigo 93 da Lei 8.213, de julho de 1991, da legislação previdenciária, fixa que empresas que tenham entre 100 e 200 empregados têm de reservar 2% dos postos de trabalho para deficientes. Se tiver de 201 a 500 o percentual sobe para 3%, de 510 a 1.000 para 4% e de 1.001 em diante para 5%. "Fizemos uma pesquisa com mais de 2.000 deficientes e constatamos que 77% tem menos de 8 anos de escolaridade. Isso ocorre não por culpa deles, mas porque as escolas têm problemas de acessibilidade e professores não-qualificados", afirma Vasconcelos.
O gerente de inclusão e capacitação profissional da Avape (Associação para Valorização e Promoção de Excepcionais), Marcelo Vitoriano, concorda que há problemas de qualificação entre os deficientes, mas destaca que falta, por parte de muitas empresas, vontade de adequar os espaços físicos, de forma a atender as características desses cidadãos.
"De uma forma geral, existe desconhecimento sobre o potencial que essas pessoas têm. Outra dificuldade é que as empresas relutam em contratar deficientes intelectuais e visuais. Dão preferência a quem possui limitação física ou auditiva", disse.
Vitoriano diz que há deficientes intelectuais trabalhando como auxiliares administrativos, em linhas de produção. E ele acrescenta que há pessoas com deficiência visual atuando em diversas áreas. "Basta a empresa oferecer as ferramentas adequadas."
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