Ceará: empresa vai além de cotas e exige de terceirizados
22/06/2011
De acordo com a supervisora de serviço social da Cagece, Niédja Pinheiro, mesmo antes da necessidade de cumprimento da cota em concurso público, a companhia sempre teve empregados com deficiência em seu quadro funcional. Mas foi por meio da reserva de vagas nos concursos que a empresa pública atingiu o percentual mínimo de pessoas com deficiência contratadas.
Agora, a inserção de jovens por meio dos estágios e do programa de Menor Aprendiz (Primeiro Passo), além da exigência de alocação de mão-de-obra com deficiência no contrato de prestação de serviço com terceiros, por meio de um termo de referência, é uma demonstração do compromisso da empresa com o tema. “Claro que as contratações são realizadas com o devido cuidado de alocar o profissional deficiente, de modo a desenvolver e aproveitar as competências, mantendo assim a inclusão do profissional na empresa”, explica Niédja.
A companhia tem 3,7 mil colaboradores, entre empregados, terceirizados, estagiários e menores aprendizes, sendo que atualmente emprega 14 pessoas com deficiência diretamente e conta com mais cinco estagiários. O número de pessoas com deficiência contratadas indiretamente por conta da exigência dos prestadores de serviço ainda está sendo levantada. Para ampliar este número, no entanto, a Cagece criou recentemente uma área denominada Supervisão de Serviço Social, que deve estabelecer diretrizes para ampliar as contratações de profissionais com deficiência de forma institucionalizada.
“Sabemos que a inclusão social é efetivada por meio de políticas, que além de oficializar, viabilizam a inserção dos indivíduos”, afirma. Além disso, algumas reformas nas isntalações da empresa de água e esgoto estão em andamento tais como: rampas de acesso, cadeira de rodas em pontos estartégicos, construção de banheiros de acordo com as exigências legais e também garantia de vagas para deficientes no estacionamento.
Um passo para o futuro
Alissandra Souza de Góes Pontes, 20, é deficiente auditivo e está tendo sua primeira oportunidade de emprego na Cagece. “Estou gostando muito. É muito rico para mim. Todo mundo me ajudou e eu aprendi rápido. As pessoas me ensinaram o serviço e eu ensinei Libras (língua dos sinais)”, disse. Segundo ela, o começo de sua atuação profissional não foi fácil. “Senti vergonha, no início. Fiquei tímida”.
Com o tempo a coisa foi melhorando à medida que Alissandra se entrosava com os colegas. Hoje, afirma ter amigos em seu ambiente profissional. Satisfeita, ela pensa que esta primeira experiência é de grande ajuda para sua inserção posterior no mercado de trabalho em sua área de interesse: o ensino de libras. “Meu sonho é me tornar professora de Libras, para crianças. Faço pedagogia. Estou no quarto ano, estou quase me formando.”
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