empresas do setor metalúrgico cumprem a cota de contratação de portadores de deficiência.

28/02/2011

Com calça jeans e camiseta da empresa, Daniel Silva é um dos operador de máquinas da Arvin Meritor, em Osasco (SP). Pelos corredores da empresa ou mesmo quando está em serviço, ninguém desconfia que ele é portador de uma deficiência física, ainda na infância ele teve poliomelite.

"Nem eu mesmo me lembro que entrei pelo programa de cotas", disse o operador à Agência Brasil. Silva e os outros 953 funcionários da empresa têm o mesmo tratamento. "Aqui não há discriminação", afirmou.

Casos como o de Silva são cada vez mais comuns na região de Osasco. Segundo pesquisa divulgada hoje (24) pelo Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco e Região, 91,49% das empresas metalúrgicas cumprem a cota de contratações de pessoas com deficiência.

Algumas empresas até ultrapassam o número mínimo e contratam mais deficientes em seu quadro, como é o caso da Corneta, que tem 33 portadores de deficiência entre seus funcionários pela lei, eles precisariam ter apenas 25 ou como a Arvin Meritor, que, por ser uma filial, não é obrigada a contratar deficientes e tem 38 empregados com este perfil.

A pesquisa mostrou também que 40,50% dos empregados das indústrias metalúrgicas contratados pelo sistema de cotas são portadores de deficiência física. Deficientes auditivos representam 40,10% do total, enquanto visuais são 6%.

Mas mesmo que tem uma necessidade especial intelectual não é excluído do mercado de trabalho na região de Osasco, como é o caso do operador de máquinas da Corneta, Éder Luis Soares Mauricio. Há cinco anos trabalhando na empresa, o portador de deficiência intelectual conseguiu seu posto de trabalho graças à Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae). "Eu trabalho normalmente, adoro ficar na minha máquina, é tudo muito tranquilo", disse.

Para a assistente social e analista de recursos humanos da Arvin Meritor, Elza Aparecida Luglio, contratar portadores de deficiência como Silva e Mauricio só trazem benefícios para a empresa. "A inclusão possibilita criar um ambiente de entrosamento em que todos se sentem muito bem e, consequentemente, produzem mais", afirmou.

"Estamos derrubando as barreiras do preconceito com sucesso", contou o vice-presidente do sindicato e coordenador do espaço da cidadania, Carlos Aparecido Clemente. Segundo ele, desde 2001, o sindicato está se dedicando à causa. "Mas sabemos que não fazemos nada sozinhos e, por isso, chamamos as escolas e as empresas para trabalharmos todos juntos pela concretização da cidadania. O direito ao trabalho é um direito de todos, inclusive de portadores de deficiência."

Clemente explicou que o trabalho de inclusão de pessoas com alguma deficiência nas empresas do setor metalúrgico começou quando o sindicato se preocupava em reintegrar os que tinham sofrido acidente de trabalho ou com doenças profissionais. "Mas o tema é tão envolvente que todos os setores se solidarizaram. Segundo a regional de Osasco do Ministério do Trabalho, em 2009, a nossa região registrava 553 empresas que cumprem a lei de cotas, sendo 9.761 pessoas com deficiência empregadas. Se pensar que, em 2001, eram apenas 12 empresas e 601 funcionários, este é um avanço e tanto", disse.

Ele afirmou ainda que na região de Osasco, 64% das empresas cumprem a lei, enquanto na capital paulista o percentual é 40%. "No Brasil o número é menor, 15%", completou.

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Mercado de Trabalho, cotas para deficientes, cumprimento da lei de cota

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