Fórum debate ações para inclusão de deficientes no mercado de trabalho
02/07/2008
Não esperar somente pelas ações do Poder Público pode representar a grande diferença no resgate do sentimento de cidadania das pessoas com deficiência. Dentro desta perspectiva integradora, a Prefeitura de Rondonópolis e o Governo do Estado realizaram na última sexta-feira (27.06), o 1º Fórum de Políticas de Inclusão para Pessoas com Deficiência. O evento aconteceu no Centro Integrado de Ensino (CIE) do município e contou com uma série de apresentações culturais de associações de deficientes, palestras, além de apresentação de casos de sucesso de pessoas deficientes que superaram o preconceito e obstáculos.
O Fórum reuniu empresários, representantes de órgãos públicos, de organizações não-governamentais, presidentes e diretores de associações de deficientes, além de várias pessoas com deficiência. De acordo com a gerente do Departamento de Políticas de Trabalho de Rondonópolis, Ilka Mezomo de Souza, o objetivo foi debater de forma esclarecedora os direitos e deveres de todos na questão da inclusão do deficiente na sociedade. “Equiparar as oportunidades, promover a interação das diversidades, das pessoas com e sem deficiências e oportunizar o pleno acesso aos recursos da sociedade, independente das leis que obrigam, por exemplo, respeitar as cotas, é responsabilidade de cada um de nós e ao mesmo tempo de todos, coletivamente, por isso realizamos este fórum”.
O Censo 2000 revelou que há aproximadamente 24,6 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência, o que corresponde a 14,5% da população brasileira - 169,8 milhões, em 2000. Apenas nove milhões estão empregados. Desde 1991 existe uma lei no Brasil que obriga as empresas com mais de 100 funcionários a destinar de 2% a 5% das vagas para pessoas com deficiência. Em Rondonópolis, segundo o gerente da Superintendência Regional do Trabalho (SRT), antiga DRT, Dalmi Vaz da Silva, aproximadamente 80 empresas do município empregam pessoas com deficiência via sistema de cotas legais.
“A tendência é este número aumentar, em razão da quantidade de novas plantas industriais que estão se instalando em Rondonópolis. A SRT está trabalhando no sentido de orientar e conscientizar os empresários da necessidade de se cumprir a Lei. O Fórum foi um importante instrumento para isso”, destacou Dalmi Vaz.
Representando a secretária de Estado de Trabalho, Emprego, Cidadania e Assistência Social (Setecs), Terezinha Maggi, o secretário-adjunto de Trabalho e Emprego da Setecs, Jean Estevan Campos Oliveira, apresentou dados do Sistema Nacional de Empregos. “De janeiro de 2003 a maio de 2008, o Sine colocou no mercado de trabalho 717 pessoas com deficiência. Neste mesmo período, o órgão recebeu 2.008 inscrições de pessoas deficientes à procura de um emprego. Tanto o número de colocados quanto o de inscrições são muito pequenos quando se analisa o universo de pessoas que existe no Brasil com algum tipo de deficiência e que estão empregadas. Somente com eventos como o Fórum, onde podem ser discutidas estas questões de forma esclarecedora é que conseguiremos uma mudança de consciência na sociedade com relação ao deficiente”.
O presidente do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência (Coned), Mário Lúcio, destacou que os deficientes querem receber o mesmo tratamento dado às outras pessoas. “Não queremos viver apenas dos benefícios garantidos pelo INSS ou pelos demais programas de assistência. Queremos ter acesso a cursos de qualificação profissional, a escolarização e a oportunidades de emprego”.
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