Setor industrial é o que mais contrata portadores de deficiência em São Paulo

22/08/2008

São Paulo - A indústria de transformação foi o setor que mais contratou trabalhadores portadores de deficiência física no estado de São Paulo, de janeiro a abril deste ano. Balanço divulgado hoje (24) pela Superintendência Regional do Trabalho e Emprego do Estado de São Paulo mostra que esse setor industrial foi responsável por 40,46% do total de contratações, com a criação de 32.688 postos de trabalho para deficientes.

O setor participa com 31,36% da cota do estado, com a necessidade de preencher 80.799 vagas. Só o estado de São Paulo responde por 42,77% das cotas de todo país: precisa preencher 257.686 vagas, das quais 82.301 já estão preenchidas, representando um percentual de inserção de 31,94%.

Em seguida vem o comércio, que tem a cota de 15,61%, com 30,87% de inserção, ou seja, 12.416 portadores de deficiência trabalhando. O terceiro lugar fica com o setor de serviços, com a cota de 16,98% do total de vagas e que inseriu no mercado 21,835% da meta, com 9.556 novos postos de trabalho. Os dados são resultantes do Programa de Inclusão das Pessoas com Deficiência no Mercado de Trabalho desenvolvido dentro do Programa Interinstitucional da superintendência.

De acordo com a superintendente regional do Trabalho e Emprego no Estado de São Paulo, Lucíola Rodrigues Jaime, o objetivo do programa, que é executado só em São Paulo, é sensibilizar e orientar empresários, com prazos ampliados para o cumprimento da Lei de Cotas, que determina que 2% a 5% do quadro de funcionários das empresas com 100 ou mais empregados seja composto por pessoas com deficiência.

O programa prevê ainda o monitoramento mensal das metas de inclusão das empresas. “Nosso objetivo não é multar as empresas, e sim buscar resultados. Para isso, temos o Pacto Coletivo para Inclusão das Pessoas com Deficiência, que chama os sindicatos para dar mais credibilidade à ampliação dos prazos exigindo uma contrapartida deles.”

Entre as exigências para que empresas ligadas a sindicatos possam aderir ao pacto e ter dois anos para cumprir as metas, estão a capacitação dos trabalhadores, criação de um banco de dados e implantação de um programa interno com objetivo de reduzir a discriminação no ambiente de trabalho.

Segundo Lucíola, com isso, já foram realizados 25 pactos com os segmentos interessados. “Esse prazo pode ser prorrogado, mas depende muito do caso. No caso de um dos sindicatos, faltava cumprir 40% da meta, e nós entendemos que havia dificuldade para fazer o pacto por conta do número de sindicatos envolvidos. E o trabalho feito está sendo muito bom.”

Lucíola disse que que a procura por trabalhadores portadores de deficiência vem aumentando e, por isso, todos aqueles que têm o mínimo de capacitação, estão disponíveis, podem e querem trabalhar, estão empregados no estado de São Paulo. “E, mais uma coisa, [todos os] que aceitam receber dois salários mínimos. É muito difícil uma empresa promover um deficiente, e isso garante que eles não estão ganhando mais do que os outros na mesma função, como se acredita.”

Para ela, a média de dois salários mínimos é muito baixa, embora o valor corresponda à qualificação profissional dos funcionários

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