Tecnologia ajuda deficientes a descobrir a Biblioteca Nacional

04/08/2008

Imagine estar pertinho de nove milhões de livros na maior biblioteca da América Latina e não ter acesso a nenhum deles. “A gente fica sabendo das coisas só por ouvir e não por ler. Sempre preciso de alguém para me auxiliar”, revela a massoterapeuta Kelly Cristina da Silva.


O adeus à dependência veio com a ajuda da tecnologia. A máquina, agora à disposição dos leitores da Biblioteca Nacional, é simples. Basta pôr o livro nela e todas as palavras são automaticamente traduzidas para o braile. Um gesto pequeno, mas capaz de transformar a escuridão em um mundo de descobertas.

“Isso é toda a vida do deficiente visual atualmente. É a comunicação e a integração dele com o mundo”, conta Maria Beatriz Gonçalves.

“Isso aqui democratiza o acesso para as pessoas de baixa renda. Então, eu acho que é uma coisa realmente auspiciosa e inovadora para os deficientes de todo o tipo”, declara o presidente da Biblioteca Nacional Muniz Sodré.

Há, ainda, um espaço reservado para cadeirantes e para deficientes físicos com um teclado especial para quem não têm uma das mãos. O computador tem todo o vocabulário da linguagem de sinais.

Em um outro aparelho, as letras ficam 60 vezes maiores para pessoas com baixa visão. É o caso do encadernador Giovanni Nunes da Silva. Acostumado com as dificuldades, ele tem um desejo que faz parte da rotina de muita gente: ler um jornal, de preferência, com boas notícias.

“A gente sempre quer alguma coisa, quer utilizar da melhor forma possível o resíduo visual que temos. Agora, melhorou muito e dá para procurar noticia do Vasco”, afirma o jovem

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